quarta-feira, 11 de abril de 2012

Resumo: O olho de vidro do meu avô


É o homem que ainda guarda o olho de vidro do avô, mas é o menino que percorre com o leitor os caminhos de Bom Destino, cidade pequena e plana, cansada de tanta paz, em que o tempo parece escorrer mansamente. O avô reina misterioso: com o olho direito, via o sol, a luz, o futuro, o meio-dia, e, com o olho esquerdo, via a lua, o escuro, o passado, a meia-noite; o neto fascinado embrenha-se no mistério como quem não vê, que é o jeito de menino ver.


O avô usa um olho de vidro. Como isso aconteceu, não se sabe: parece que o olho de vidro não existe se não se fala dele, mas para o menino, curioso e imaginativo, o olho de vidro provocava atração e receio. Aos poucos, o leitor pode recolher aqui e ali fragmentos da história do avô: ele receitava remédios homeopáticos, tinha sete filhos, um outro amor.


Nesse livro, o autor percorre, mais uma vez, os labirintos da memória, principalmente a memória da infância a qual Santo Agostinho, no trecho escolhido como epígrafe, afirma já não existir no presente, mas existir no passado que já não é.


O discurso da memória, que organiza lembranças e esquecimentos, cria também recordações: a memória tem aquela qualidade nebulosa e fugidia. O que é experiência tornada relato? O que é experiência transformada em narrativa? Aquilo de que nos lembramos, necessariamente,
corresponde à verdade dos acontecimentos? Quem pode atestar a verdade do que se lembra? O outro? Como se ele próprio também fosse submetido às mesmas contingências?


Bartolomeu recria a infância com a poética das palavras: os sentimentos vividos, os episódios cuidadosamente guardados se extravasam em linguagem permeada de música e de silêncio que rompe as fronteiras do tempo.


(Disponível em: http://literatura.moderna.com.br/catalogo/sinopse/85-16-04192-1.pdf)


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Título: O olho de vidro do meu avô
Autor: Bartolomeu Campos de Queirós
Editora: Moderna

6 comentários:

  1. Li e reli esta prosa poética, que conta a história da infância de um neto e sua admiração por seu avô, que tinha um olho de vidro – mas que enxergava muito além desse olho. Com a leitura, percebemos que todos nós temos um olho de vidro: aquele que vê as fantasias, os medos, as curiosidades e o que aguça a imaginação. Gostaria que os meus queridos alunos tecessem comentários a respeito desta obra.

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  2. Oi Professora !! Gostei bastante deste livro pois fez eu refletir bastante

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  3. Bom, professora eu gostei muito do jeito como o o menino que já não é mais e sim um homem, narra a história de uma forma tão simples e amorosa com seu avô, mesmo conversando tão pouco com ele, o menino era um observador dos grandes porque sabia de todos os detalhes, manias , como de seus tios e parentes mais próximos. Então simplesmente o menino aprendeu a gostar do seu avô por ele ser tão diferente e por ver o mundo da forma que tos veem e também a forma de como o próprio enxergava o mundo da sua própria maneira.

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  4. Fala sobre um menino que tem a curiosidade de saber como o avô via a vida, os sentimentos e emoção.
    Para mim, me faz refletir vida.

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