sábado, 14 de abril de 2012

O silêncio - Arnaldo Antunes (1996)





Biografia

Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho
(São Paulo SP 1960)

Compositor, intérprete e poeta. Faz música, poesia, performances e intervenções em outros meios desde 1980. Cursa a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), sem conseguir terminar. Edita as revistas de poesia Almanak 80 (1980), Kataloki (1981) e Atlas (1988). Publica quatro livros de poesia: OU É (álbum de poemas visuais, 1983); Psiá (1986); Tudos (1990); e As Coisas (1992). Participa de diversas mostras de poesia visual no Brasil e no exterior, entre 1983 e 1994. Entre 1980 e 1981, integra a Banda Performática, com a qual lança um álbum em 1981. Integra o grupo Titãs, com o qual lança sete álbuns, de 1982 a 1992. Com a banda, realiza inúmeras excursões por todo o Brasil e ainda em Portugal, Estados Unidos e Suíça. Tem composições em parceria com Jorge Benjor, Marisa Monte, Gilberto Gil, Marina Lima, Arto Lindsay, Péricles Cavalcanti, João Donato, Cazuza, Carlinhos Brown, Roberto Frejat, Edgard Scandurra, Arrigo Barnabé, Paulo Leminski, Alice Ruiz e Roberto de Carvalho, além dos Titãs. Gal Costa, Jorge Benjor, Marisa Monte, Gilberto Gil e Caetano Veloso, Maria Bethânia, Marina Lima, Sandra de Sá, Barão Vermelho, Ney Matogrosso, Adriana Calcanhotto, Cássia Eller, Roberto de Carvalho, Cazuza, Ira! e Péricles Cavalcanti são alguns dos artistas que já gravaram suas canções. Lança seu primeiro álbum-solo Nome (1993), acompanhado de um vídeo e um livro, compondo um projeto multimídia com poesia, música e animação em computador. Em 1995, lança o álbum Ninguém, e, em 1996, O Silêncio.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Resumo: O olho de vidro do meu avô


É o homem que ainda guarda o olho de vidro do avô, mas é o menino que percorre com o leitor os caminhos de Bom Destino, cidade pequena e plana, cansada de tanta paz, em que o tempo parece escorrer mansamente. O avô reina misterioso: com o olho direito, via o sol, a luz, o futuro, o meio-dia, e, com o olho esquerdo, via a lua, o escuro, o passado, a meia-noite; o neto fascinado embrenha-se no mistério como quem não vê, que é o jeito de menino ver.


O avô usa um olho de vidro. Como isso aconteceu, não se sabe: parece que o olho de vidro não existe se não se fala dele, mas para o menino, curioso e imaginativo, o olho de vidro provocava atração e receio. Aos poucos, o leitor pode recolher aqui e ali fragmentos da história do avô: ele receitava remédios homeopáticos, tinha sete filhos, um outro amor.


Nesse livro, o autor percorre, mais uma vez, os labirintos da memória, principalmente a memória da infância a qual Santo Agostinho, no trecho escolhido como epígrafe, afirma já não existir no presente, mas existir no passado que já não é.


O discurso da memória, que organiza lembranças e esquecimentos, cria também recordações: a memória tem aquela qualidade nebulosa e fugidia. O que é experiência tornada relato? O que é experiência transformada em narrativa? Aquilo de que nos lembramos, necessariamente,
corresponde à verdade dos acontecimentos? Quem pode atestar a verdade do que se lembra? O outro? Como se ele próprio também fosse submetido às mesmas contingências?


Bartolomeu recria a infância com a poética das palavras: os sentimentos vividos, os episódios cuidadosamente guardados se extravasam em linguagem permeada de música e de silêncio que rompe as fronteiras do tempo.


(Disponível em: http://literatura.moderna.com.br/catalogo/sinopse/85-16-04192-1.pdf)


***


Título: O olho de vidro do meu avô
Autor: Bartolomeu Campos de Queirós
Editora: Moderna

domingo, 1 de abril de 2012

Para inaugurar o blog, um poema de Cecília Meireles:


Tanta Tinta


Ah! Menina tonta,


toda suja de tinta
mal o sol desponta!

(Sentou-se na ponte,
muito desatenta...
E agora se espanta:
Quem é que a ponte pinta
Com tanta tinta?...)

A ponte aponta
e se desaponta.
A tontinha tenta
limpar a tinta,
ponto por ponto
e pinta por pinta...
Ah! A menina tonta!
Não viu a tinta da ponte!


***


Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisapintoraprofessora e jornalista brasileira. É considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.

(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles)